quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Romances entre patrões e empregados tem ganhado destaque na teledramartugia


Gustavo e Cida, em Viver a vida, tem apimentado a trama

Romances e assédios entre patrões e empregados batem ponto há décadas na teledramaturgia. Mas ultimamente vêm ganhando especial destaque. Prova disso é que a maior parte das novelas que estão no ar aborda os laços afetivos que surgem das relações profissionais. Em circunstâncias variadas e com personagens que passeiam por diversos tipos, o ambiente de trabalho nas novelas se mostra cada vez mais emotivo e menos formal. É o caso da ousada empregada Cida (Thaíssa Carvalho) e do patrão Gustavo (Marcelo Airoldi), em Viver a vida.

[FOTO1]A inusitada relação entre Cida e Gustavo tem apimentado a trama das oito. Após flagrar o patrão traindo a mulher, a empregada passou a chantageá-lo para não contar a verdade. No meio de um jogo de interesses, os dois nutrem relação permeada de malícias, flertes e provocações. Para a atriz, a situação mostrada na novela não é impossível. "A empregada é uma pessoa que está dentro da sua casa e entra na sua vida diariamente. Isso acaba criando um laço e essas relações podem acontecer", avalia. Marcelo também acredita que a trama aborda fato corriqueiro: "Existem muitas mulheres que nem gostam de contratar empregadas novas e bonitas com medo de que seus maridos passem a assediá-las".

E não é a primeira vez que o autor Manoel Carlos trata do tema. Em Laços de família, a empregada Ritinha (Juliana Paes) chegou a engravidar do patrão, Danilo (Alexandre Borges). As semelhanças entre ela e Cida, no entanto, não são grandes. Ao contrário da Ritinha, que era tímida e tentou enquanto pôde resistir às investidas do patrão, Cida assumiu o controle da situação e está sempre seduzindo e pressionando Gustavo. Thaíssa conta que o perfil mais atirado da personagem desperta reações diversas nas ruas. "Os homens costumam me cantar, as senhoras ficam horrorizadas e as mulheres mais novas me aconselham a pedir carro e MP3 para o Gustavo", diverte-se.

Beleza e sensualidade não são requisitos essenciais para as relações amorosas entre patrões e empregados nos folhetins. Prova disso é o romance vivido entre Bela (Giselle Itiê) e Rodrigo (Bruno Ferrari) em Bela, a feia. Apesar da aparência desleixada e dos modos desajeitados, a ingênua secretária conquistou o mimado diretor da agência onde trabalha. Na mesma empresa, Verônica (Simone Spoladore) assumiu o cargo de presidente após se envolver com o milionário Ricardo (Jonas Bloch). Com intenções diversas, flertes e paixões são uma constante no ambiente de trabalho da novela de Gisele Joras. "Esse tipo de relação rende boas situações em teledramaturgia porque gera conflitos interessantes. E o conflito é a matéria-prima das telenovelas", explica a autora.

Os romances no interior de uma empresa também são explorados em Cama de gato. Na trama de Duca Rachid e Thelma Guedes, o protagonista Gustavo (Marcos Palmeira) é dono da perfumaria onde a mocinha Rose (Camila Pitanga) começou trabalhando como faxineira. Após tê-la ofendido em função de seu cargo, o empresário se apaixonou pela moça e contou com a ajuda dela para retomar o controle da empresa. A distância hierárquica entre os dois foi fator importante para o resgate de valores de que trata a novela. "O Gustavo se encastelou na empresa e se tornou escravo do dinheiro. A Rose o trouxe de volta ao 'mundo real'", observa Duca Rachid. "Nossa heroína é uma dessas mulheres que muitas vezes são vistas apenas pela sua função, e não como pessoa", complementa Thelma Guedes.

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